para duas meninas que sonham com escrever refantasiarem sobre o mundo estranho em que vivem e comem e estudam.
sexta-feira, 27 de maio de 2011
Ma petit
terça-feira, 24 de maio de 2011
Era um sentir novo.
quarta-feira, 18 de maio de 2011
O que você faria?
(...)
- O que você faria se eu dissesse que te amo?
Não se livrou de meu braço, mas afastou o rosto para me olhar.
- Gustav, não me provoque.
Mordi o lábio um tanto nervoso com seu olhar sério.
- Não é provocação.
Soltou meus braços e deu dois passos para trás.
- Então o que é?
Tentei aproximar-me novamente, mas ele recuou. Suspirei, frustrado.
- Talvez seja provocação, mas só um pouco. Você sabe que é verdade, não sabe? Sabe que eu te amo.
- Você tem 17 anos, o que sabe sobre o que é amor?
Entendo por que Daniel tinha medo. Tive receio de aproximar-me também, de ver o que poderia acontecer com nós dois. Mas eu o quero mais do que posso agüentar.
- Sei que tudo no que eu penso é você, tudo o que sonho é você. Eu quero, preciso de você.
Ele deixou-se vencer. Sei que queria continuar a discussão, que achava que não deveríamos continuar com aquilo e que me queria tanto quanto eu o queria, que nos amávamos na mesma intensidade.
(...)
quarta-feira, 11 de maio de 2011
AMO. e não "amava", "amei", "amara", "amaria"
domingo, 8 de maio de 2011
Como se nada (me) bastasse
Não um vazio qualquer, mas uma dor. Uma dor que pulsava crescente, ameaçando até a, por vezes, sufocar-me. Chegava a subir a garganta, mas eu mordia a língua, sem deixá-la escapar. Temendo que, caso o fizesse, ganhasse ares de importância, crendo-se real ou algo do gênero.
Não. Essa dor nada tinha de real. Não passava de mais um fruto qualquer de uma árvore deveras fértil. Era tão minha a maldita, tão só minha, que não podia existir se não dentro de mim. Não havia chão que a fundamentasse em palavras ou gestos. Era tão sútil quanto um sussurro, fazia-se presente com a mesma rapidez que ia embora.
quarta-feira, 4 de maio de 2011
Vaidade
Toda vez que ele chegava
Ela estava lá
Penteava os cabelos longos
E o espelho a lhe olhar
Sempre que ele partia
Ela ficava ali
Cuidava do rosto bonito
E o espelho a lhe sorrir
Ele lhe beijava a nuca
Ela não ousava se virar
Ele a queria maluca
Louca ela era já
Ele a amava inteira
Ela não saia do lugar
E o espelho a sonhar
A cada vez que ele gritava
Ela só sabia chorar
Não o olhava de volta
E o espelho a esperar
Quando cansou-se do espelho
E do reflexo dela, afinal
Deixou-a, fechou a porta
Só o espelho a sabia amar