(Não) Há razão
para se preocupar.
A melodia segue
desde que o malandro seja exemplar.
Observa, sente o samba.
Dança, mas nada satisfaz.
“Deveria ter lustrado os sapatos”,
pensa o coitado.
Pendura a conta,
balanceia,
quase cai.
O sorriso no rosto...
O chapéu desgastado...
Quase não lhe servem mais.
Em sua bossa desajeitada
elegante e despropositada,
sofre a dor pelos cantos,
Vielas escuras, madrugadas
gente estranha.
Quer achar o que não se pode procurar.
Mal sabe ele...
Ninguém o alertara.
Mas os arcos são sombras distantes,
fotografias que não voltam mais.
Piscou, num instante,
e não tinha mais nada.
Sem vida, nem navalha pra afiar.
Limpa a poeira da pose,
quebra o copo,
é expulso do bar.
Já era,
O malandro exemplar.