Mas não o amava. Estranho... Era tão fácil lhe professar amor em inglês. Era tão fácil mentir em uma língua que não era sua, mentir usando a língua dele...
"Je t'aime"
Repetiu, agora em francês, como para que enfatizar um sentimento que, de fato, era inexistente. Fria? Não, era romântica a coitada, pensava tanto do amor que apenas não podia crê-lo real.
"Eu te amo"
Nunca conseguiria dizer na cara dele, nem na de ninguém ou, pelo menos, não intencionava fazê-lo.
Certa vez, até encenou dizer ao espelho, para testar, mas não fez efeito... Nada de arrepios, fogos de artifício ou insights que lhe fizessem sorrir.
"Amor é mesmo coisa pra se ler em livros, nada mais que isso"
Falava a quem quisesse ouvir. Só ele não sabia.