Carinhosamente embrulhadas e amarradas a laços de seda, as caixas parecem, na verdade, pequenos cofres, cuja combinação nunca soube. Abria-as instintivamente, como se um pequeno toque apenas pudesse revelar a história de toda uma vida, ou mesmo de várias.
Eram sempre verdades passadas, que talvez agora já sejam mentiras. Nem todas são boas, ou necessariamente ruins. Mas todas, de uma forma ou de outra, me sufocam. O desespero está em sentir falta daquilo que sempre desejei ser e não sou... Em ser esmagada pelo que esperava que fosse, mas não é... Não me sinto chorar, mas choro. Talvez grite, mas nunca ouvi.
Às vezes as caixas estão vazias... E, às vezes, me dizem mais do que se estivessem cheias.