quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Laura

Laura foi como uma maré em minha vida.
Indo e voltando sem muita ordem, aparecia quando queria e desaparecia quase que por hábito, creio eu. Mas, na verdade, tudo que sei dela é puro “achismo”, pura vontade de saber sabe-se lá sobre o quê.
Quando a maré sobe, é como se o sol brilhasse, não mais forte, mas em neon.
A vida parece mais louca quando a maré sobe. E, de certa forma, é.
Laura traz consigo a inquietude de um mar de ressaca, e te afoga nele sem qualquer pudor ou pausa para tomar fôlego.
E quando se vai, assim, num repente, a súbita baixa de maré assusta. Pra onde vai a água? Pra onde foi o mar!?! Parte é falta. A outra, alívio triste. O ar volta normalmente aos pulmões, em uma rotina que, de tão comum, não basta mais.
Quando o nível do mar diminui, tudo se mostra exatamente como é, em cores desbotadas e úmidas no mero resquício de areia com cascalho.
Tudo muito trágico e levado a extremos.
Pois é esse o tipo de caos e desordem que a sua gargalhada traz.
Laura é da imaginação. Sua magia está na irrealidade do mundo de Aristóteles, porque é único lugar em que posso arriscar e fingir entendê-la, compreender e inventar razões (in)existentes para o que é calculadamente despropositado
É minha mania de teorizar e a sua mania de rir de mim...

Porque, afinal, que graça tem um sol nublado?

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