domingo, 20 de outubro de 2013

Banco de Praça

Sentado num banco
De rua
De praça da esquina
Me sinto só.
É de frio,
mas eu gosto daqui.
É tranquilo aqui fora
É tranquilo quando você vai embora
Vejo tudo em perspectivas infinitas
Tantas
que eu não entendo.
Voam em traços de preto que
de tão cinzas
mal se vê no branco.
Escuta o som que não pára
ressoando nas paredes que não tem fim.
É o frio...
mas eu gosto daqui.
Não me sinto tão só 
Nem tão louca
Enquanto as mãos são rigidez 
e a alma escurece
Abandonada de um calor qualquer
Sentado em um banco de praça
No infinito de contornos descoloridos.
Um frio gelado.
As vozes abafadas, vindas de longe.
Seu cheiro em mim
Fresco na memória
Um gosto azedo...
Levemente adocicado
nas contradições tendenciosas do tempo.
Horas me vem delicado,
Meio triste, cabreiro.
Outras aparece, assim,
Cara de quem fez besteira.
Há ainda o você
Amargo e despreocupado.
Que atravessa o sinal
sem olhar pro lado.
Tratando a vida
Como pedra 
Que se chuta na rua
Até estar longe demais. 

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