“Volta, retrocesso. O mesmo que regresso; recuo; diminuição (...)”
Morro de medo de regredir – até por pensar, em parte, no próprio medo de regredir como uma regressão.
Antes fosse retroceder (ao invés de regredir). Retroceder tem todo um tom elegante, e definitivamente mais delicado, do que regredir. Só o mais sábio dos sábios tem a coragem de submeter-se ao retrocesso. Coragem? Sim, isso mesmo. Ao contrário da covardia demandada de quem regride, o ato de retroceder exige coragem.
Infelizmente, entretanto, não é esse o meu caso. O que me assola é tão meramente um medo. Um não. Vários, aliás. Tenho medo de tudo, e tão grandes de travar a língua e fazer tremer os dedos. Tenho medo de ser covarde, de fazer mal a alguém, de ferir. Tenho medo de voltar a ser criança e tenho medo de ser adulta. Medo de falar em público, de olhar nos olhos de alguém e revelar mais do que gostaria. Mas – principalmente – tenho, desde sempre, um medo aterrador de encontrar uma barata no meu quarto.
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