quarta-feira, 20 de março de 2013

Lá? Não, ali.


Sabe aquela estrela ali?
Aquela, sim, ainda brilha.
Parada,
sobrevivendo de glórias longínquas,
Meias conquistas,
(sempre) prestes a acontecer,
mas nunca prestes a se realizar.

Sabe aquela menina ali?
Sim, aquela no canto,
que sorri
e acena para os que estão passando.

Espera que seja apenas um sorriso,
um leve balançar de mãos,
o que se deseja dela.
Convencendo a si mesma
que o que basta aos outros
deve bastar também à ela.
Sabe aquele avô ali?
Aquele mesmo,
sentado no banquinho de madeira.
Vendo sem ser visto,
preocupado em conhecer os netos
que sequer chegariam a conhecê-lo...

Olha a menina,
agarrando sua juventude.
Nutrindo-se das sombras
em um futuro invisível.
Como o menino do passado,
correndo atrás de papagaios ao vento.

Sabe o Vento?
- Aquele?
Não, o outro,
que já passou.
Que veio forte
e assoviou alto.
Bagunçou os cabelos da menina
e depois partiu...
Levando desde a poeira
à memória do avô.

Um comentário:

  1. Quem já não se sentiu assim?? Parabéns, garota, tá mandando muito bem! Bjs literários

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