domingo, 17 de abril de 2011

Mas sou eu.


Sou eu quem não quer deixar ir, sou eu quem tem medo, sou eu quem sente saudades, sou eu quem quer lembrar.

Uma lágrima desce. Seus olhos quase vítreos me encaram em um silencioso “Quem é você?”, ao mesmo tempo em que seus sussurros sufocados gritam por um socorro ininteligível. Age como se me visse - embora não reconhecesse -, cega por uma dor que, de fato, não é dela. Iludida por uma falsa verdade, por uma mentira que sequer lhe pertence. A dor é minha. A angústia é de quem se senta ao lado e assiste de camarote. A saudade, de quem lembra do outrora que não volta mais. Afasto-me. Erro, sei que erro. Choro, mas não adianta. Ninguém à minha volta sabe o que fazer, mas não ser a única não traz conforto. Nada traz conforto. Afinal, quem se apraz com a desorientação? Eu não. Me sinto mal, perdida, como se fosse levada por um desconhecido. Um desconhecido que, em verdade, é o “eu” que só ela vê.

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