para duas meninas que sonham com escrever refantasiarem sobre o mundo estranho em que vivem e comem e estudam.
quinta-feira, 22 de novembro de 2012
Times New Roman
segunda-feira, 5 de novembro de 2012
Daniel
domingo, 4 de novembro de 2012
Contrários
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
Tempos desgastados
segunda-feira, 8 de outubro de 2012
Às vezes, eu penso.
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
carta para regina
Queria saber escrever aquelas cartas bonitas — até como as de Napoleão, meio raivosas, meio tristes — para te pedir para vir salvar a um capitão perdido em campo de batalha. Mas é que nem toda a palavra pode ser tão bonita quanto a sua. E, enquanto estou aqui sozinha, não posso ficar sem dizer nada. Penso em teu baton vermelho e no modo como seus lábios se mexem, parece que saboreia as palavras. Espero que essa minha caligrafia mostre um pouco de mim como mostram de ti teus lábios. Essa mordidinha que dás no canto da boca é a marca maior que podes ter, mais do que são teus lindos olhos.
Sonhei contigo esses dias, quase todos eles e só queria te dizer que queria mais que te ter em sonhos. Queria, assim quase sem querer. Você
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
Às vezes as caixas estão vazias...
Carinhosamente embrulhadas e amarradas a laços de seda, as caixas parecem, na verdade, pequenos cofres, cuja combinação nunca soube. Abria-as instintivamente, como se um pequeno toque apenas pudesse revelar a história de toda uma vida, ou mesmo de várias.
Eram sempre verdades passadas, que talvez agora já sejam mentiras. Nem todas são boas, ou necessariamente ruins. Mas todas, de uma forma ou de outra, me sufocam. O desespero está em sentir falta daquilo que sempre desejei ser e não sou... Em ser esmagada pelo que esperava que fosse, mas não é... Não me sinto chorar, mas choro. Talvez grite, mas nunca ouvi.
Às vezes as caixas estão vazias... E, às vezes, me dizem mais do que se estivessem cheias.
quinta-feira, 7 de junho de 2012
Conforto
domingo, 3 de junho de 2012
É sobre o seu abraço
É sobre isso que eu vivo.
quarta-feira, 25 de abril de 2012
Não era, era só
sexta-feira, 23 de março de 2012
A imagem do texto e o texto da imagem
Era uma caixa velha, dentro de sala velha, de uma casa velha, numa rua velha de um bairro velho numa velha cidade. Era, quase tudo, esquecido. Mas mesmo assim, a curiosidade da menina a convenceu de que ali ela encontraria algo novo, incrivelmente interessante. Teve que subir numa cadeira e ficar na ponta dos pequenos pés e esticar os dedinhos para alcançar a grande caixa de papelão coberta de papeis coloridos colados. Depois de voltar à segurança do chão, assoprou com força para tirar a poeira e leu, com vagar, a palavra que se repetia infinitamente em cada um dos papéis.
- Le... Lem... Lembra... Lembranças! - disse, por fim, talvez um pouco alto demais
Esperou alguns instantes antes de continuar. Precisava que estivesse tudo em silêncio. Retirou a tampa e começou a remexer seu conteúdo. A primeira coisa que tirou foi um maço de cartas com uma letra estranha, que parecia toda feita a máquina e, as vezes, quase atravessava o papel. No fim, uma assinatura grande e cheia de voltinhas. Mas aquilo não era interessante. Logo depois, veio uma boneca. Estava gasta, pobrezinha. Seu vestidinho, que era rosa, já tinha se tornado branco, amarelado. Seus cabelos loiros eram um emaranhado. Fazendo par, um ursinho de pelúcia vestido para festa, com uma bonita gravata borboleta — agora já meio murcha — e uma cartola que era quase do seu tamanho. Botou os dois sentados juntos a sua frente. Que bonito era aquilo, aquelas tais de lembranças! Remexeu mais um pouco e, do fundo da caixa, veio mais um papel. Uma fotografia! Não tinha muitas cores e parecia ser bem antiga. Será que era mais velha que a boneca. Será que, naquela época, as pessoas e as coisas eram todas assim, meio mortas, meio... marrons? Esperava que não. Analisou cada um dos rostos e aí viu. Era ela alí! Com os cabelos presos, um sorrisinho meio sem graça. Mas o que ela estava fazendo naquela foto antiga? Será que ela tinha vivido naquela época antiga e tinha esquecido de tudo. E que ela não envelhecia? Vai ver, era uma vampira! Ou mesmo um um fantasma. Aí, e se ela fosse um espírito perdido? E porque não lembrava de estar naquele quadro?
Aquela idéia era assustadora. Como podia ela ser ela e estar ali naquela fotografia? Ou mesmo, ela não era ela! Deu um pulo, saindo daquele estado de choque e saiu correndo, sem nem perceber que ainda tinha a foto em mãos.
Mais tarde, naquele mesmo dia, a vó, dona de tudo aquilo que era velho, encontrou no chão aquela velha fotografia e sentiu o coração apertado. Bastou um relance para os olhos encherem de lágrimas e embaçarem os grossos óculos de grau que a idade impusera. Parou ali, no meio da sala, com a foto nas mãos. Até que sua neta, a única coisa nova em toda aquele cidade, veio correndo e reparou o que a vó tinha em mãos.
- Vovó! Vovó! Vózinha! Não está vendo que eu estou aí? Vózinha, eu sou um fantasma!
segunda-feira, 19 de março de 2012
"Poème de l'amour et de la mer"
domingo, 18 de março de 2012
Já posso acender meu cigarro.
domingo, 29 de janeiro de 2012
Não sei...
Não sei pensar sentindo o seu perfume, com suas mãos em meu corpo, seus olhos me querendo. Não sei te dizer não, olhar em seu rosto e não te querer mais perto. Que fascínio é esse, por que tão forte? Ah, menino, o que queremos com tudo isso? Até onde posso escolher o caminho sem que venha você e me cegue? Pois sem ver, preciso que você me guie e nem sei mais o quão disposto você está. Sei o que quero, mas não sei te dizer. Sei o que você quer, mas não quero compreender. Vamos adiante ou ficamos aqui? Peço-te para ficar ou para sair? Oh, malditas! Temíveis decisões. Enquanto isso fico aqui, entre duvidas e confissões.